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Redução da jornada de trabalho deve se manter no topo dos debates sociais

03/12/24 às 14:21 por Sindjuf/SE
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A jornada de trabalho 6x1 é, sem dúvida, um dos assuntos que mais serão debatidos em 2025 - assim, esperamos. O ano vai terminando com a pauta que reuniu toda a classe trabalhadora tendo se tornado proposta a ser discutida no Congresso Nacional.

 

Leia mais em Força popular transforma fim da escala 6x1 em PEC no Congresso.

 

O fim do modelo atual, que consome quase todo o tempo dos trabalhadores, deixando apenas 1 dia de 7 para descanso, lazer, estudo, família, hobbies e quaisquer outras atividades, não é objeto de uma luta meramente simbólica, mas efetiva, que deve permear os debates de todas as categorias profissionais, bem como as agendas política e econômica do país. 

 

O modelo proposto, 4x3, já é testado em outros países. Bélgica, Reino Unido e Suécia, por exemplo, já adotam a semana de 4 dias de trabalho e atestam os benefícios de se proporcionar 3 dias de descanso para as pessoas. Mais tempo para lazer, cultura, qualificação e, crucialmente, melhorias na saúde mental dos trabalhadores são algumas das mudanças relatadas.

 

O Brasil é um dos países do G20 em que mais se trabalha semanalmente, de acordo com dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Em média, o trabalhador brasileiro dedica 39 horas por semana ao emprego. Outros países trabalham menos, como Canadá (31,1), Austrália (32,3) e Alemanha (34,2). Em outros países, como a Holanda, o trabalho formal é realizado em apenas 5 horas por dia ou 29 horas semanais.

 

Segundo dados do IBGE, setores como comércio, construção, transportes e agropecuária estão entre os que têm jornadas mais longas. Sabemos que a carga horária legal do Brasil é de oito horas diárias e 44 horas semanais, cumprida pela maior parte da população ativa. No entanto, há casos que extrapolam esse limite. 

 

Como fatores na hora de considerar um trabalho, o salário continua sendo o principal. Mas a flexibilidade da jornada é o segundo mais importante para os trabalhadores. É o que aponta uma pesquisa da WeWork e da Page Outsourcing feita com 10 mil profissionais de cinco países da América Latina, incluindo o Brasil.

 

Ainda segundo a pesquisa, oito em cada dez brasileiros (76%) têm interesse em trabalhar quatro dias na semana e acreditam que seriam mais produtivos com o modelo de jornada de trabalho reduzida, enquanto 17% não aprovam a medida.

 

Melhores condições de trabalho e adequações às novas gerações que buscam por mais equilíbrio entre profissão e outras áreas da vida estão no topo das questões mais atuais no mundo e que continuarão a crescer nos próximos anos. Afinal, muito além do que uma bandeira do movimento sindical, esta é uma pauta de toda a sociedade.

 

 

 

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