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Brasil tem sido governado para banqueiros e empresários, não para os trabalhadores

19/08/19 às 16:43 por Sindjuf/SE
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Do Sindjuf/SE

 

 

 

Temos visto a Reforma da Previdência avançar. E não só no Congresso, mas também na opinião pública. A grande mídia está conseguindo fazer os trabalhadores acreditarem que a PEC 06/2019 é necessária e benéfica. 

 

A informação verdadeira e valiosa parece não alcançar aqueles que mais precisam dela. Precisamos conhecer a verdade porque nossos governantes a conhecem, mas escondem-na e criam outras que melhor lhes servem. O Sindjuf/SE sabe que os parlamentares têm conhecimento suficiente sobre os prejuízos incalculáveis dessa reforma ao trabalhador brasileiro.

 

Acreditar que alterar as regras previdenciárias é a única saída para o país é desconhecer que, nos últimos dez anos, pagamos R$ 754 bilhões (valor nominal, isto é, sem juros), remunerando os bancos com o dinheiro que é enviado por eles para o Banco Central como sobra de caixa.

 

O coordenador-geral do Sindjuf/SE, Gilberto Melo, dá um exemplo do grave problema. “Um determinado banco tem disponível R$1 bilhão, mas não tem a quem emprestar e simplesmente entrega essa importância ao Banco Central, exigindo que este remunere tal valor diariamente. Não precisando dessa remuneração, porque o banco continuará sem ter a quem emprestar, essa remuneração diária permanece no Banco Central, gerando mais dinheiro para aquele banco. Muito bom para os banqueiros e péssimo para os trabalhadores. Chegaremos ao momento em que não teremos mais dinheiro para pagar”. 

 

Apoiar um projeto dessa natureza é desconhecer que todos os anos nos deparamos com uma renúncia fiscal do governo federal no valor de 386 bilhões de reais. Desse valor, 30% seria mais que suficiente para acabar com “o déficit da previdência”. Apoiar um projeto dessa natureza é desconhecer que o Brasil não cobra imposto sobre lucros e dividendos, enquanto os Estados Unidos cobram em torno de 18 a 47%. 

 

Apoiar um projeto dessa natureza é ignorar que o trabalhador perderá de imediato 13% do valor médio de sua aposentadoria, haja vista que o cálculo para a aposentadoria deixará de ser a média das 80% maiores contribuições e passará a ser a média de todos os salários. Apoiar um projeto dessa natureza é desconhecer que no Brasil cobra-se apenas 4% de imposto sobre herança, enquanto que nos Estados Unidos, 40%. 

 

Apoiar um projeto dessa natureza é desconhecer que sem a DRU (Desvinculação de Receita da União), que nada mais é do que tirar dinheiro da previdência, o “déficit da previdência” é de R$ 50 bilhões, sendo que os militares custam R$ 47 bilhões para a previdência, enquanto só contribuem com R$ 3 bilhões, gerando aí um déficit de R$43 bilhões - mas para eles, não há reforma, e sim uma proposta parece mais um plano de cargos e salários. Apoiar um projeto dessa natureza é desconhecer que a previdência dos políticos só terá efeito daqui a 34 anos porque todos os atuais deputados e senadores permanecem rigorosamente na mesma regra, portanto essa reforma que eles estão votando favorável só atingirá os trabalhadores. Eles, deputados e senadores não serão atingidos. 

 

Os dados foram retirados do site da Auditoria Cidadã da Dívida e de alguns vídeos no YouTube de Maria Lúcia Fattorelli e Eduardo Moreira, ambos conhecidos e respeitados por deputados e senadores e, inclusive já convidados a palestrar sobre o tema no Senado.


 

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