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Giro de Notícias

04/07/25 às 10:00 por Sindjuf/SE
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Maioria dos parlamentares são contra fim da escala 6x1. Novo projeto sobre o tema é protocolado na Câmara. Lançado plebiscito popular para votar redução da jornada de trabalho e taxação dos super ricos. Penduricalhos aumenta disparidade salarial entre magistrados e servidores. Famílias brasileiras estão mais endividadas. E desigualdade de gênero persiste nas empresas. Confira o Giro de Notícias desta semana.

 

Contra o fim da escala 6x1

Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Quaest na quarta-feira, 2, revelou que a maioria dos deputados federais são contra o fim da escala 6×1. Segundo o levantamento, 70% dos parlamentares se opõem à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que acaba com a jornada de seis dias de trabalho seguidos com apenas um dia de descanso. Apoiam o fim da escala 6x1 apenas 22% dos parlamentares, enquanto 8% não souberam ou preferiram não responder. Entre os deputados da oposição, o índice salta para 92%; 6% são favoráveis. A base do governo também está dividida, com apoio à pauta declarado por 44% dos parlamentares; outros 55% se posicionaram contra a PEC. Já o grupo de deputados classificados como “independentes” tem 74% dos deputados contrários à redução da jornada de trabalho, e 23% favoráveis. Quando o recorte é por espectro político, os dados revelam que a PEC não tem maioria nem mesmo na esquerda, com 49% favoráveis e 49% contrários; 2% não souberam ou não responderam. No centro, o apoio cai para 27%, e a rejeição à pauta fica em 70%; outros 3% não souberam ou não responderam. Entre os deputados de direita, a rejeição vai a 88%, com 10% de apoio. A parcela dos que não sabem ou não responderam é de 2%. O levantamento ouviu 203 deputados (40% do total da Câmara). A PEC que prevê o fim da escala 6×1, de autoria da deputada federal Erika Hilton (Psol), foi protocolada em fevereiro de 2025, mas até agora não entrou em tramitação. A proposta altera o artigo 7º da Constituição Federal, que trata dos direitos dos trabalhadores urbanos e rurais.

 

Mais um projeto

Para reforçar a luta pelo fim da atual escala de trabalho, deputados do PT protocolaram nesta quinta-feira, 3, o Projeto de Lei 3197/2025, que visa reduzir a jornada semanal de 44 para 36 horas, sem redução de salário. A medida também busca proibir, por regra geral, o trabalho aos sábados e reforça limites ao uso de horas extras. Entre as mudanças trazidas pelo projeto, a jornada padrão passa a ser de segunda a sexta-feira, com até 8 horas diárias e 36 semanais; intervalos e deslocamentos em locais de difícil acesso passam a ser computados como parte da jornada; horas extras aos fins de semana exigem negociação coletiva e pagamento de no mínimo 100% acima do valor normal.

 

Plebiscito Popular

Organizado por movimentos populares, centrais sindicais, partidos progressistas e entidades da sociedade civil, o Plebiscito Popular lançou na terça, 1, votação sobre dois temas centrais para a vida dos trabalhadores: o fim da escala 6×1 e a taxação dos super-ricos. A votação vai até 7 de setembro, e a divulgação dos resultados está prevista para o dia 6 de outubro. A votação é presencial e pode ocorrer em urnas físicas ou digitais, organizadas por voluntários nos bairros e cidades do país. Na página central do Plebiscito Popular, há uma série de opções, como link para participar do grupo de Whatsapp, acesso ao site com as informações principais e também uma forma de cadastrar uma urna de votação. Isso pode ser feito por uma pessoa ou entidade e cada cadastro poderá representar uma ou mais urnas, conforme o território ou base social. A  Cartilha do Plebiscito Popular traz explicação dos eixos principais da mobilização, dos temas que serão votados e orientações para a realização da votação. 

 

Aumento da disparidade

Uma pesquisa revelou que os gastos do Judiciário com salários dos juízes acima do teto constitucional aumentaram 49,3% entre 2023 e 2024: de R$ 7 bilhões para R$ 10,5 bilhões em apenas um ano. O estudo, feito com base em dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), é do Movimento Pessoas à Frente, organização que propõe melhorias na gestão do serviço público, em parceria com o pesquisador, professor, economista e jurista  Bruno Carazza. Os números expõem o avanço dos penduricalhos – verbas indenizatórias e adicionais que permitem aos magistrados receber além do teto legal do funcionalismo público (hoje em R$ 46.366,19) -, que hoje correspondem a mais de 43% do rendimento líquido dos magistrados. De 2023 para 2024, o rendimento líquido médio de juízes subiu de R$ 45.050,50 para R$ 54.941,80, aumento de 21,95%. O crescimento continuou neste ano, e o valor chegou a R$ 66.431,76 em fevereiro de 2025. A pesquisa destaca ainda que esses aumentos são impulsionados por verbas classificadas indevidamente como indenizatórias, que escapam do teto e da tributação de Imposto de Renda. As distorções criam um cenário de extrema disparidade dentro do funcionalismo público.

 

Maior endividamento

O número de brasileiros inadimplentes atingiu, em maio, seu maior pico desde 2023, com 29,5% da população economicamente ativa com dívidas em atraso. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A capacidade dos brasileiros pagarem suas contas está há meses prejudicada pelo arrocho monetário que impõe a atual taxa básica de juros, de 14,75% ao ano. A pesquisa também aponta que famílias que ganham entre 3 e 5 salários mínimos foram as mais prejudicadas. O cartão de crédito – assim como todo o sistema bancário – são os maiores credores de dívidas em dia e atrasadas. De acordo com a CNC, 83,6% dos endividados estão pendurados no cartão de crédito, seguido pelos carnês (17,2%) e crédito pessoal (10,6%). “Diante desse cenário macroeconômico de aperto, a gente vê em perspectiva 2025 ser um ano desafiador para as famílias, porque o endividamento e a inadimplência tendem a aumentar. No que tange a inadimplência, a gente pode fechar o ano de 2025 com 30,2% das famílias brasileiras inadimplentes”, alerta a entidade.

 

Desigualdade nas empresas

A pesquisa Panorama 2025 revela que a desigualdade de gênero ainda persiste nas empresas brasileiras. Das 310 empresas analisadas, apenas 17,4% têm mulheres na presidência — número que permanece inalterado há anos. Nos conselhos administrativos, o índice é semelhante: 17,1%. Apesar de representarem a maioria entre os servidores públicos e de apresentarem desempenho profissional consolidado, as mulheres ocupam apenas 28% das secretarias estaduais e municipais, e sua presença no governo federal vai de 45,2% entre servidores a apenas 23% entre ministros. A sub-representação se agrava com recortes de raça e deficiência: mulheres negras e indígenas continuam invisíveis na alta gestão, e somente 8 empresas informaram ter mulheres com deficiência em cargos de liderança. Além disso, dos cargos de alta gestão ocupados por mulheres, cerca de 89% são preenchidos por brancas. Apenas 37,8% das secretárias estaduais ou municipais se declaram negras, e menos de 2% são mulheres com deficiência. 

 

 

 

 

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