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Arrocho fiscal deve piorar situação dos servidores e do serviço público a partir de 2027

O arrocho fiscal previsto pelas projeções oficiais deve penalizar ainda mais os serviços públicos e o funcionalismo a partir de 2027. A drástica redução de margem fiscal para gastos discricionários trazida pelo Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2026 poderá dificultar a autorização de concursos públicos, a concessão de reajustes salariais, o avanço em políticas de valorização dos servidores e os investimentos na modernização de estruturas.
Isso por causa da volta dos precatórios ao limite do arcabouço fiscal. Segundo o PLDO 2026, os recursos para gastos discricionários estão estimados em apenas R$ 122,2 bilhões, sendo que mais da metade estaria comprometida com emendas parlamentares, o que limita a destinação de verbas para áreas cruciais, como a administração pública.
Uma reportagem da Folha de São Paulo revelou que o valor restante para despesas discricionárias em 2027 (R$ 65,7 bilhões) seria inferior à necessidade estimada para complementar os pisos de saúde e educação, projetada em R$ 76,6 bilhões. Isso representa um déficit de R$ 10,9 bilhões, sem considerar outras despesas da administração.
Embora o orçamento de 2026 ainda apresente um fôlego de R$ 208,3 bilhões em despesas discricionárias, essa margem tende a diminuir nos anos seguintes. Em 2028, a margem líquida para gastos não obrigatórios deve ser negativa em R$ 87,3 bilhões, e em 2029, o déficit previsto é ainda maior: R$ 154,3 bilhões.
A projeção indica que nem mesmo as emendas parlamentares, atualmente protegidas por lei, caberiam no orçamento, aumentando o risco de cortes em serviços públicos e na manutenção dos órgãos federais.
Com informações de Extra