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Giro de Notícias
No Giro de Notícias, o Sindjuf/SE traz para os servidores um breve resumo de alguns dos principais acontecimentos da semana com impacto político, econômico e social.
6x1
A proposta de emenda à Constituição (PEC) elaborada pelo Movimento Vida Além do Trabalho (VAT) e apresentada pela deputada Erika Hilton (Psol-SP), ainda está na fase de recolher assinaturas. Para ser protocolada, a PEC precisa da assinatura de um terço dos parlamentares do Congresso, ou seja, 171 deputados e 27 senadores. Até o momento, a proposta tem 71 assinaturas de deputados. Por Sergipe, assinaram os deputados João Daniel (PT) e Yandra Moura (União Brasil). O vereador eleito no Rio de Janeiro Rick Azevedo (Psol), idealizador da proposta e do movimento VAT, argumenta que a jornada 6×1 é uma das principais causas de exaustão física e mental dos trabalhadores. Países como Dinamarca e Alemanha já reduziram suas jornadas. A redução da jornada de trabalho é uma pauta mundial.
Vendendo escolas
Em São Paulo, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) mantém sua saga pelas privatizações. Agora são as escolas. Na semana passada, o governo do estado leiloou a gestão administrativa e os serviços de construção de 17 escolas. A empresa vencedora do foi o Consórcio Novas Escolas Oeste SP, que tem como empresa líder a Engeform Engenharia LTDA, a mesma que venceu a licitação para administrar sete cemitérios da capital. Esta empresa vem sendo alvo de denúncias de preços superfaturados de caixões e enterros. Outras 16 escolas deverão ser leiloadas na próxima semana, e o governador ainda quer passar a gestão administrativa de mais 143 escolas estaduais para a iniciativa privada.
Vendendo escolas II
Segundo a deputada estadual Professora Bebel (PT), cada escola foi vendida por cerca de R$ 400 mil cada uma, numa Parceria Público Privada (PPP). As concessões estão previstas para durar 25 anos. O governo pagará ao longo de todo o contrato R$ 3,38 bilhões para o consórcio vencedor, recursos que deveriam ser aplicados diretamente na educação. A Engeform já é alvo de investigação do Tribunal de Contas do Município (TCM) por não fazer os investimentos necessários em unidades. O prefeito reeleito Ricardo Nunes (MDB), apoiado por Tarcísio, foi quem privatizou os cemitérios, 22 no total. As quatro empresas que assumiram os 22 cemitérios municipais e o crematório público viraram alvo de muita reclamação por aumentos abusivos de preços dos serviços e má prestação de serviço
Despreocupados com a questão ambiental
Um levantamento do Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS) revelou que dos 11 parlamentares por Sergipe, somente os senadores Alessandro Vieira e Rogério Carvalho e o deputado federal João Daniel se destacaram positivamente em votações de matérias ambientais alinhadas à Frente Parlamentar Ambientalista em 2023/2024. O senador Alessandro Vieira teve conceito “ótimo”, com 100% de atenção à agenda ambiental. O senador Rogério Carvalho e o deputado federal João Daniel receberam conceito “bom”, respectivamente, com índices de 80% e 72%. Receberam o conceito “péssimo”, o senador Laércio Oliveira (0%), as deputadas federais Delegada Katarina (25%) e Yandra Moura (8%), e os deputados Fábio Reis (25%), Gustinho Ribeiro (11%), Ícaro da Valmir (13%), Rodrigo Valadares (8%), Thiago de Joaldo (14%) e até o suplente Nitinho (0%). O senador Alessandro Vieira votou contra o marco temporal que prejudica indígenas (PL 2903/2023) e contra a dispensa do Estudo de Impacto Ambiental (§ 4º do Art. 16), entre outras matérias relevantes. De todos, apenas João Daniel destinou emenda que prevê o uso de recursos no meio ambiente este ano.
À espera de reparação
E por falar nesse assunto, o meio ambiente e as famílias atingidas pela tragédia em Mariana (MG) ainda esperam por medidas de reparação. A situação causada pelo rompimento da Barragem do Fundão em Mariana, administrada pela Samarco – controlada pelas mineradoras Vale (brasileira) e BHP Billiton (anglo-australiana), em 5 de novembro de 2015, se arrasta por nove anos. Dezenove pessoas morreram. A lama devastou comunidades ao longo da bacia do Rio Doce, chegando até a foz do Espírito Santo. Aproximadamente 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos tóxicos foram despejados no meio ambiente, atingindo 49 municípios em Minas Gerais e no Espírito Santo. Foi somente na semana passada que os governos de Minas Gerais e do Espírito Santo, as mineradoras envolvidas e o presidente Lula assinaram um acordo no valor de R$ 132 bilhões, sendo que R$ 100 bilhões irão para os cofres públicos em parcelas que serão pagas ao longo de 20 anos. O restante será dirigido para obrigações assumidas pelas mineradoras.
Dinheiro tem
Enquanto isso, a Vale lucra e muito. A empresa apresentou no terceiro trimestre deste ano um lucro líquido de R$ 13,6 bilhões. O resultado surpreendeu até o mercado financeiro. No total acumulado de janeiro a setembro, os lucros da companhia somaram R$ 38,9 bilhões, resultado 23% maior que o mesmo período do ano passado, quando os lucros foram de R$ 31,5 bilhões. Em relatório de desempenho, a Vale informa que atingiu sua maior produção de minério de ferro em cinco anos.
Juros altos, lucros garantidos
Quem também lucra bastante são os bancos. O Itaú Unibanco registrou lucro líquido de R$ 10,7 bilhões no terceiro trimestre deste ano, um aumento de 18% ante o mesmo período do ano passado. Frente ao segundo trimestre, o lucro cresceu 6%, segundo relatório divulgado nesta segunda-feira, 4. As receitas com serviços, cartões de créditos, financiamento de carros, imóveis e seguro estão entre os fatores que impulsionaram o resultado do trimestre, segundo o banco, alavancados pelas altas taxas de juros cobradas pelo sistema financeiro. Já o Bradesco teve um lucro de R$ 5,2 bilhões no 3º trimestre do ano (julho, agosto e setembro), 10,8% maior do que no trimestre anterior. Também foi maior do que o resultado do mesmo trimestre de 2023 em 13,1%.
Mais um aumento
Não é novidade alguma a informação de que bancos privados tenham lucros. Os bancos, em geral, operam com lucro há anos, até mesmo nos anos de pandemia, quando tiveram lucros, inclusive mais altos. Basta manter as taxas de juros exorbitantes, em todas as linhas de crédito, entre os mais altos do mundo, na esteira dos juros elevados impostos pelo Banco Central. E se depender do BC, os bancos e o mercado financeiro manterão seus lucros nas alturas. O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu nesta quarta, 6, por unanimidade, elevar a Selic para 11,25% ao ano – o segundo maior do planeta -, um aumento de 0,5%. A desculpa esfarrapada foi a incerteza causada pelas eleições americanas. Mas sabemos que o real motivo é continuar atendendo os caprichos do mercado financeiro.