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Estudo mostra (in)satisfação dos servidores públicos no Brasil

23/07/24 às 11:28 por Sindjuf/SE
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No Brasil, apenas 55% dos servidores públicos se dizem satisfeitos com o trabalho. É o que aponta a ‘Pesquisa Global de Servidores Públicos: Aproveitando os insights dos servidores públicos para uma administração pública mais eficaz’, do Banco Mundial.

 

Dentre os 18 países pesquisados, este é o menor percentual e o único abaixo dos 60%. A média entre os países avaliados foi de 70%. Segundo o levantamento, os funcionários públicos da Romênia (95%), Colômbia (93%) e Nigéria (89%) são os mais satisfeitos. A Croácia e os Estados Unidos (ambos com 66%) aparecem em penúltimo lugar.

 

 

Segundo os co-fundadores da pesquisa, Christian Schuster e Daniel Rogger, os resultados demonstram que a qualidade das práticas de gestão e as atitudes dos funcionários variam acentuadamente entre países e dentro dos países nas organizações governamentais. Para eles, as informações podem “ajudar os governos a identificar quais práticas de gestão precisam ser melhoradas em todo o governo e quais práticas de gestão precisam ser melhoradas em quais organizações”.

 

A pesquisa online compreendeu servidores públicos de 14 instituições do governo federal sediadas em Brasília, totalizando 26.616 servidores públicos. O estudo do Banco Mundial foi conduzido por pesquisadores do University College London e da University of Nottingham em colaboração com o Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão do Brasil e a Escola Nacional de Administração Pública, durante o governo de Michel Temer, entre 5 de julho e 23 de setembro de 2017. 

 

Para o secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Sérgio Ronaldo da Silva, o resultado da pesquisa só reforça a baixa estima do servidor público diante das condições precárias de trabalho. Ele citou como exemplo o fato de um trabalhador exercer atribuições de dois ou três devido à reposição insuficiente de servidores que se aposentaram ao longo dos anos.

 

Para o sindicalista, considerando que a pesquisa do Banco Mundial abrange dados de 2017, a situação atual pode ser até pior. “Nos últimos seis ou sete anos, os servidores foram massacrados e assediados. O diálogo com o governo foi retomado, mas ainda não há sinalização de melhora da satisfação”, destacou.

 

MGI

Em resposta à pesquisa, o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) disse que tem feito esforços no sentido de melhorar a qualidade do serviço público, o que inclui, entre outras ações, a valorização dos servidores públicos federais, a melhoria e reestruturação das carreiras, e a realização de concursos. O MGI mencionou ainda o resultado de outro relatório, feito pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com o título “Diagnóstico Institucional do Serviço Público na América Latina 2024”, segundo o qual “o índice de satisfação atingiu 65 pontos, melhorando o desempenho em relação ao último estudo de 2014, no qual o Brasil alcançou 55 pontos”, ressaltou o ministério.

 

Imagem: Abal e Abralatas (a partir de 2003), retirado de Condsef

 

 

 

 

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