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Trabalhador ganha menos, mas bancos seguem batendo recorde em seus lucros

03/08/22 às 15:30 por Sindjuf/SE
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Enquanto grande parte da população sofre com a carestia, o setor bancário mantém lucros bilionários. E, no governo Bolsonaro, tem batido recordes. Em 2019, o lucro somado das quatro maiores instituições financeiras (Banco do Brasil, Bradesco, Santander e Itaú) foi de R$ 81,5 bilhões. 

 

Em 2020, mesmo com os efeitos negativos na economia gerados pela pandemia de coronavírus, esses bancos luraram juntos R$ 61,6 bilhões.  Já em 2021, o lucro foi de R$ 81,6 bilhões, segundo dados da Economatica, o maior valor registrado na história. 

 

Agora, em 2022, os bancos já bateram outro recorde: somente no primeiro trimestre, as quatro instituições somam R$ 24,3 bilhões em lucro. Um crescimento de 30% comparado ao mesmo período de 2021.  

 

Os bancos também comemoram seus lucros individuais. O maior deles, o Itaú, foi o que mais lucrou em 2021: R$ 26,9 bilhões, já descontados os impostos. O maior lucro da história da empresa é 45% maior do que o registrado por ela mesma em 2020. 

 

O lucro é altíssimo, fora dos padrões internacionais do sistema bancário mundial. Um dos principais fatores para tamanho lucro são as altas taxas de juros. A taxa Selic, hoje, está em 13,25% ao ano, o que influencia todas as outras e também os preços. Quem mais ganha com essa política são os operadores do mercado financeiro, detentores de títulos da dívida pública - apoiadores do teto de gastos públicos, mas que não são atingidos por ele, já que não há congelamento no pagamento da dívida.  

 

O setor bancário também vem ampliando seu número de clientes. Enquanto em 2019 164,8 milhões de brasileiros tinham conta em banco, em dezembro de 2021, esse número chegou a 182,2 milhões, segundo o Banco Central. Esse aumento se deu, principalmente, em razão da pandemia, que levou a uma queda drástica no uso de dinheiro físico, e da criação do Pix em 2020, que permite transações financeiras gratuitas e instantâneas. 

 

Também por causa do Pix, os bancos economizam com segurança e com a movimentação de dinheiro em papel. Além disso, desde 2017, o setor bancário vem reduzindo sua estrutura. Em 2016, as quatro instituições citadas tinham 23,4 mil agências. O ano passado terminou com 18,3 mil agências abertas. 

 

Na contramão de tanta bonança, o povo amarga dificuldades e piora sua qualidade de vida. A renda do trabalhador caiu, em 2021, 11,4%; e 2022, 7,2% em comparação ao ano anterior e é a menor em 10 anos. A fome e insegurança alimentar aumentaram, levando o Brasil de volta ao Mapa da Fome; o número de pessoas morando nas ruas também cresceu. 

 

Como se pode ver, os lucros recordes dos bancos beneficiam somente a eles próprios, mas não traz bons frutos para economia do país e a sociedade. 

 

 

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