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Governo anuncia mais cortes, enquanto gastos com dívida seguem crescendo

09/07/24 às 11:37 por Sindjuf/SE
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Embora Lula seja afeito às causas sociais, seu governo pouco tem se diferenciado dos governos de direita. Afinal, assim como os outros, tem priorizado agradar o mercado financeiro em detrimento do desenvolvimento econômico do país.

 

Prova disso é o arcabouço fiscal, cheio de limitações e metas ilusórias, que tem levado ao bloqueio de recursos em diversas áreas e à paralisação dos investimentos públicos. Na busca a todo custo pelo déficit zero neste e no próximo ano, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou, na semana passada, mais um corte, agora de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias dos ministérios no projeto de lei orçamentária de 2025, que deve ser apresentado até agosto deste ano. O próximo passo é um pente-fino em mais de 800 mil reais em benefícios sociais.

 

E não é só isso. Em nome do arcabouço fiscal, professores e demais trabalhadores da educação das universidades federais ficaram sem qualquer reajuste este ano - outras categorias tentam negociar, muitas delas já em greve; Haddad mandou para o Congresso um projeto de lei que acaba com os incentivos às prefeituras dos pequenos municípios e pequenos empresários; enviou ainda projeto de lei para taxar em 60% objetos importados da China pela população mais pobre, taxa que ficou em 20% após muita reação do Congresso e da sociedade; distribuiu o lucro extraordinário da Petrobras entre seus acionistas em vez de realizar investimentos.

 

Pior: Fernando Haddad chegou a propor o fim dos pisos constitucionais da educação e saúde e a desvinculação do salário mínimo às aposentadorias e pensões, bem como os benefícios previdenciários. Medidas que demonstram total desprezo aos trabalhadores, sobretudo aos mais pobres. Lula não aceitou, mas, do jeito que as coisas andam, não é impossível que cheguemos a esse ponto. Não atende ao povo tantos cortes sociais e limitações de investimentos. Não é o que o povo esperava do presidente da República.

 

O governo Lula repete a propaganda de governos anteriores, de “descontrole fiscal” e de que é preciso “equilibrar” as contas públicas e, para isso, é preciso cortar gastos públicos: arrochar as despesas com a Previdência, Benefício de Prestação Continuada (BPC), saúde, salários dos servidores etc.

 

No entanto, nenhuma meta fiscal ainda foi capaz de encostar na dívida pública. Em apenas 12 meses, os gastos com o pagamento de juros da dívida pública somaram R$ 782 bilhões, uma enorme transferência de recursos de toda a sociedade para bancos e demais rentistas. No país dos juros reais mais altos do mundo, a principal despesa do governo, depois da Previdência, é com juros. Esta é a verdadeira crise que o Brasil enfrenta.

 

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