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Orçamento 2022: bilhões para a dívida pública e nada para os servidores
Do Sindjuf/SE
Às vésperas do recesso de fim de ano, o Congresso Nacional aprovou o Projeto de Lei Orçamentária 2022 (PLOA). O texto do relator, deputado Hugo Leal (PSD-RJ), aprovado com mudanças, recebeu, na Câmara, 358 votos favoráveis e 97 contrários, e no Senado, 51 favoráveis e 20 contrários.
O substitutivo reduziu a estimativa de crescimento da economia (de 2,5% do PIB, para 2,1%) em relação ao projeto original do governo. Já a inflação do ano que vem medida pelo IPCA, segundo projeções oficiais, deve ficar em 4,7%, acima da estimativa de 3,5% usada na elaboração do projeto da Lei Orçamentária.
Nada de aumento salarial para o funcionalismo público, que há anos vê suas remunerações se deteriorarem. No entanto, para afagar pequenos grupos de interesse do presidente, o Congresso garantiu R$ 1,8 bilhões para reajustar salários de servidores da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, do Departamento Penitenciário Nacional e de alguns segmentos do Ministério da Justiça.
Para o fundo eleitoral dos partidos, a fatia do bolo foi bem generosa: R$ 4,9 bilhões. O teto de gastos da União ganhou uma brecha, passando de R$ 1.610 bilhão para R$ 1.679,5 bilhão.
A infâmia não para por aí. Mais de R$ 2,4 trilhões estão destinados ao pagamento de juros e amortizações da chamada dívida pública, que até hoje não foi auditada e segue sangrando dinheiro dos setores da sociedade para os cofres do mercado financeiro. Essa parte, porém, não recebeu a devida atenção da mídia.
Enquanto isso, para todas as outras categorias do serviço público, nada. Ou melhor, menos que nada, já que, ano após ano, nossos salários ficam defasados e poder de compra, reduzido.
E para a grande maioria dos trabalhadores desse país, um pífio reajuste no já insuficiente salário-mínimo, que passa de R$ 1.100 para R$ 1.210.