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Reforma tributária não corrige injustiças
O texto-base da reforma tributária foi aprovado na Câmara no último dia 1º e, no fim das contas, é novamente a classe trabalhadora que sai mais penalizada.
O desconto-padrão, dedução utilizada pela maioria dos declarantes que pode ser feita quando é elaborada a declaração anual de rendimentos, foi reduzido dos atuais R$ 16.754,34 para R$ 10.500.
Isso fará com que trabalhadores que recebem acima de R$ 4.375,00 por mês vai pagar mais.
A faixa isenção do imposto de renda para pessoa física foi ampliada de R$ 1.903,98 para R$ 2,5 mil por mês. No entanto, ainda está longe de corrigir a defasagem de 25 anos. Em valores corrigidos pelo IPCA (anual até 2020 de 346,9%), a faixa de isenção deveria ser atualizada para R$ 4.022,00.
O projeto volta com a tributação de lucros e dividendos distribuídos aos sócios de grandes empresas, isentos desde 1996, mas somente em 15%. Um absurdo quando comparada à alíquota cobrada para trabalhadores que ganham acima de R$ 5,3 mil, que é de 27,5%.
O projeto ainda reduz o imposto de renda das pessoas jurídicas (IRPJ) praticamente à metade: a alíquota de 15% caiu para apenas 8%! A contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL) de empresas e bancos também foi reduzida.
Continuaremos do mesmo jeito: os mais pobres pagando mais e os mais ricos pagando menos. E os super ricos pagando nada ou quase nada, pois a reforma não inclui taxação de grandes fortunas.