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Sem saúde, não se vence uma pandemia

30/07/20 às 16:24 por Sindjuf/SE
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Do Sindjuf/SE

 

Situação epidemiologia em Sergipe ainda se agrava, mas atuação das autoridades é pela retomada presencial dos serviços

 

Os casos de contaminação por Covid-19 continuam a se confirmar. A doença continua a se espalhar pelo globo e levar vidas embora. No mundo inteiro, quase 17 milhões de pessoas já foram afetadas pelo novo coronavírus. Mais de 660 mil não resistiram e morreram.

 

Há um grupo de risco, formado por quem tem a partir de 60 anos e possui comorbidades, mas essa doença não faz distinção e não nos deixa saber como ela vai agir no corpo de cada um. Apesar de todas as descobertas já feitas sobre o novo coronavírus, há muito que não se sabe, e a dificuldade global de lidar com ele é evidente.

 

O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreysus, afirmou que esta é a pior emergência global de saúde já enfrentada pela OMS. Em entrevista coletiva virtual em Genebra, o diretor da entidade disse que “somente com a adesão estrita às medidas de saúde, desde o uso de máscaras até evitar aglomerações, o mundo poderá vencer a pandemia.”

 

"Pedimos a todos que tratem como decisões de vida ou morte todas as decisões a respeito de para onde vão e com quem se reúnem - porque é isso que elas são”, disse Tedros Adhanom Ghebreysus. E não deveríamos duvidar dessa afirmação.

 

Muitos países que tiveram indício de achatamento na curva de casos e, por isso, passaram a flexibilizar as regras de isolamento social e planejar a reabertura da economia, agora voltam a adotar medidas restritivas por conta do aumento de casos da doença. É o que acontece na Austrália, Japão, Israel, Espanha, República Tcheca, por exemplo.

 

Aliás, alguns desses países comemoraram o “fim” da pandemia com festas e aglomerações. Resultado: voltaram a registrar novos recordes de casos de contaminação. Isso comprova que redução nos números de contaminados e de mortos não significa superação da pandemia. Muito pelo contrário, para que se mantenha o controle do vírus é preciso manter o isolamento social, bem como todas as medidas de prevenção.

 

O mesmo movimento se observa em alguns estados brasileiros. Após um declínio, estados como Amapá, Maranhão, Rio de Janeiro e Ceará afrouxaram regras de isolamento e, agora, assistem a um novo crescimento de casos e mortes. É por isso que cientistas já apontam para uma segunda onda da Covid-19. Mas, no Brasil, ainda estamos atravessando a primeira.

 

De modo geral, ainda não há sinais de desaceleração do vírus no Brasil. Hoje são 2.483.191 casos confirmados e 88.539 óbitos. Somos um país grande e diversificado, com muitas realidades diferentes. Então, a pandemia se comporta de maneiras diferentes também em cada lugar. Justamente por essa razão, um estado não pode se basear nas ações de outro.

 

Sergipe é um dos estados que ainda não viram nem mesmo uma estagnação no número de infectados. Já temos 56.214 casos confirmados e 1.390 óbitos. E as estimativas para as próximas semanas não são animadoras.

 

Segundo o Comitê Científico do Nordeste de Combate ao Coronavírus, Sergipe e Rio Grande do Norte são os estados do Nordeste cuja taxa de óbitos continuam a crescer de forma quase fixa (sem queda) por várias semanas. O boletim do Comitê aponta também o crescimento de casos no interior de Sergipe e na capital: de sete a 11 dias para dobrar. O Comitê propõe a adoção imediata de medidas emergenciais, como lock down ou reversão dos planos de afrouxamento do isolamento social em capitais e municípios que estejam apresentando curvas crescentes, com taxa de contágio acima de 1 e ocupação de leitos de enfermaria e UTI acima de 80%.

 

O Comitê considera que a flexibilização do isolamento só pode ocorrer quando a taxa de contágio for menor que 1 e os números de casos e de óbitos sejam decrescentes por mais de 14 dias. Em seu boletim, o Comitê inclui Aracaju como uma das cidades onde se deve instituir imediatamente o lock down.

 

Talvez medida tão drástica quanto essa não fosse necessária, se houvesse um cumprimento satisfatório do isolamento social. Em quatro meses de pandemia, não atingimos o percentual considerado adequado, ficamos sempre na casa dos 40%, muito baixo. Com a reabertura de algumas atividades econômicas, esse índice piorou. E mesmo com a alta proliferação do vírus e muitas vítimas fatais, governos e empresários prosseguem com o movimento de retomada do serviço público (que está em trabalho remoto) e da economia.

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