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Taxação de bilionários do setor alimentício combateria a fome

A ONG Oxfam afirmou que bastam duas semanas dos lucros obtidos pelos bilionários do setor alimentar para garantir o financiamento pedido pela ONU para combater a fome na África Oriental.
Segundo a ONG, bilionários deste setor aumentaram a sua riqueza coletiva em 382 mil milhões de dólares (cerca de 377 mil milhões de euros) desde 2020. Já o apelo lançado pela ONU para responder à crise da fome na África Oriental é de um total de 6,2 mil milhões de dólares (cerca de 6,12 mil milhões de euros), que recebeu apenas 16% do financiamento pedido.
A Oxfam salientou que as pessoas nos países da África Oriental gastam até 60% dos seus rendimentos em alimentos, numa região que também é fortemente dependente de alimentos importados. Os alimentos e bebidas representam 54% do índice de preços na Etiópia, enquanto na Somália os preços do milho eram seis vezes mais elevados do que os preços mundiais em maio face ao que custavam um ano antes.
De acordo com o comunicado de imprensa da Oxfam, na Somália os gastos com o cabaz alimentar mínimo subiram mais de 160% em comparação com 2021. Na Etiópia, o preço dos alimentos subiu 43,9% desde o ano passado.
No Quénia, o preço da farinha de milho duplicou em sete meses e subiu 50% só entre junho e julho, um aumento dos preços dos alimentos e da energia que aumentará a pobreza em 2,5%, empurrando um número estimado de 1,4 milhões de pessoas para a pobreza extrema.
"Os líderes mundiais estão a caminhar na direção errada, são como sonâmbulos rumo a um desastre humanitário. Precisamos de um novo sistema alimentar mundial para acabar verdadeiramente com a fome; um sistema que funcione para todos, e uma boa opção seria tributar os super-ricos, que viram a sua riqueza disparar para níveis recorde nos últimos dois anos", defende Hanna Saarinen.