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Governo cede e inicia fim do isolamento social

16/06/20 às 16:00 por Sindjuf/SE
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Do Sindjuf/SE

 

O governador de Sergipe, Belivaldo Chagas (PSD), anunciou ontem, 15 de junho, novo decreto, que prevê a retomada gradual da economia no estado. O plano de reabertura é dividido em três fases, com início em 23 de junho, mas alguns setores já estão liberados para voltar a partir desta quinta, 18.

 

A ideia é que o plano seja concluído em seis semanas, podendo ser estendido a depender da resposta de cada fase. Belivaldo diz que o governo está fazendo a parte dele e que é da população a responsabilidade de o plano se cumprir no prazo previsto. No entanto, sabe-se que o isolamento social não foi cumprido da maneira correta. Em três meses de “quarentena”, Sergipe não atingiu o percentual mínimo adequado (70%) de isolamento para que se considerasse, de fato, isolamento. Segundo o Observatório de Sergipe, a última semana (até 7 de junho) teve o pior índice de isolamento desde o início da quarentena: apenas 38%.

 

Os dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES) apontam 15.675 pessoas infectadas até o momento, e 352 óbitos. Hoje, estão internadas 453 pessoas, sendo 186 delas em leitos de UTI. Ainda de acordo com os dados da SES, a taxa de ocupação das UTIs no sistema público é de 75,8% e no privado, 115,3%. Já as enfermarias da saúde pública estão 56,8% ocupadas, enquanto as da saúde privada estão 83,2% ocupadas.

 

O sistema de saúde não sofreu alterações que justifiquem submeter às pessoas a tamanho risco, ainda tão devastador. Porém, apesar de permanecermos no estado de emergência em saúde pública com importância nacional (Espin) e de os números de infectados pelo novo coronavírus e vítimas fatais continuarem crescendo, o governo parece ter sucumbido à pressão do grande empresariado sergipano, ávido pela continuidade de seus lucros.

 

Será que é hora de voltar a abrir as portas e atrair as pessoas para as ruas, ainda que com restrições? Mesmo quando a orientação era para fechar tudo, exceto atividades essenciais, muitos descumpriram a regra, comerciantes seguiram abrindo suas lojas, população continuou a frequentá-las. Não há fiscalização que dê conta de toda a cidade de Aracaju, muito menos de todo o estado. Sem ter muitas opções, a população lotou os supermercados, as farmácias, as praias, os calçadões. Será que, quando os shoppings forem reabertos, a população vai ficar em casa?

 

O movimento de reabertura também acontece em outras partes do país, mesmo com o contágio pela doença não controlado ainda. Com o chefe do Executivo que temos, a situação não poderia ser menos que caótica. Bolsonaro desacredita o vírus, desobedece as regras, incita e participa de aglomerações, pressiona pelo fim do isolamento social, dificulta acesso ao auxílio emergencial, retira direitos dos trabalhadores e dos servidores, esconde os verdadeiros dados da Covid-19 e segue penalizando o povo, sobretudo os mais pobres, com sua incompetência, ignorância e perversidade.

 

O receio agora é que os níveis de contaminação cresçam ainda mais, os hospitais tenham suas capacidades extrapoladas, mais vidas sejam interrompidas e a situação de calamidade se agrave ainda mais, de modo que medidas mais drásticas precisem ser tomadas, levando tudo e todos ao ponto inicial da pandemia.

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