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Sem acordo com o governo, cresce insatisfação do funcionalismo

O funcionalismo está mobilizado em busca de ter suas reivindicações atendidas. Sem resposta do governo ou com propostas que não contemplam suas necessidades, algumas categorias têm entrado em greve ou promovido paralisações. Elas pedem, sobretudo, recomposição salarial e reestruturação de carreira, inclusive a exigência de nível superior para cargos de nível médio.
Os servidores do Banco Central, por exemplo, deflagraram, nesta terça, 20, uma paralisação por 48h em resposta à contraproposta apresentada pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), que inclui um reajuste de 13% a ser implementado de forma parcelada em 2025 e 2026.
A categoria considera a oferta insatisfatória e diz que não contempla as principais reivindicações. Os servidores do BC pleiteiam ainda a obrigatoriedade de nível superior para o cargo de técnico, a alteração da nomenclatura do cargo de analista para auditor e a instituição de uma retribuição por produtividade institucional.
Os funcionários seguem firmes no propósito. Além da paralisação, mais de 500 deles já renunciaram a cargos de comissão. Há uma reunião com o MGI marcada para hoje, 21, e o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) avisa que, se não houver “avanços significativos”, a categoria poderá deflagrar greve por tempo indeterminado.
Quem também não conseguiu acordo com o MGI foram os auditores fiscais agropecuários. Após reunião entre o Ministério e o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), no dia 15, a categoria afirma que o posicionamento do governo demonstra descaso com a atividade de defesa agropecuária conduzida pelos profissionais, que dizem atuar “no limite da capacidade” em portos e aeroportos, entre outros postos de trabalho.
Já os servidores da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) seguem mobilizados mesmo em meio às atividades, gerando repercussões no mercado de capitais do país. A categoria pleiteia a fusão das carreiras do nível superior da CVM; a exigência de nível superior para o cargo de agente executivo da CVM; a retribuição por produtividade; a equiparação remuneratória com a tabela dos servidores do Banco Central, entre outros.
Sem solução para suas demandas, os servidores do Ibama, do ICMBio e do Serviço Florestal estão com atividades externas suspensas desde janeiro, mas também não fecharam acordo com o governo.
Desde o início do ano passado, o governo tem se reunido separadamente com categorias e fechou nove acordos com categorias, dos quais dois saíram neste ano: a reestruturação da carreira de policial penal federal; e o pagamento do bônus de eficiência de auditores-fiscais da Receita Federal.
Na próxima quarta-feira, 28, acontecerá a primeira reunião de 2024 da Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP) com os servidores do Executivo Federal, a fim de debater a contraproposta de reajuste salarial apresentada pelas entidades.
Com informações de Metrópoles