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Sem reajuste para servidores, mas R$ 2,4 trilhões vão para a dívida

Apesar de insistir no argumento de não haver orçamento para reajuste salarial dos servidores públicos federais, apontando a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) como obstáculo, não há qualquer impedimento para os gastos com a dívida pública.
Esta, aliás, cresce ano após ano, e não tem a devida atenção da grande mídia. Os governos não se atrevem a fazer uma auditoria pública. Em 2022, a previsão é de que mais de R$ 2,4 trilhões sejam destinados somente para o pagamento de juros e amortizações da dívida. Em 2020, última dado, o valor para dívida foi de quase 40% do orçamento público, a maior parcela dentre todas as outras.
Segundo levantamento feito pela entidade Auditoria Cidadã da Dívida, é falsa a alegação usada pelo atual governo de que reajustar os salários dos servidores contraria a LRF. De 2011 a 2020, a despesa com pessoal ficou praticamente estagnada, tendo variado de R$ 320 bilhões para 328 bilhões, apesar do aumento da população e das demandas por serviços públicos nesses 10 anos (Fonte: Relatórios de Gestão Fiscal).
Como mostra o gráfico a seguir, o valor tem ficado abaixo do limite com despesa de pessoal, estabelecido pela LRF em 50% da Receita Corrente Líquida. Esta que apresentou uma queda atípica em 2020 em razão da pandemia, mas já se recuperou em 2021.
Ou seja, o governo não aponta a fonte de receita no orçamento para o reajuste dos servidores apenas porque não quer.
Informações e ilustração de Auditoria Cidadã da Dívida