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Cortes ameaçam universidades federais de fecharem as portas

01/08/22 às 15:49 por Sindjuf/SE
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Universidades federais espalhadas pelo país temem não conseguir manter as atividades até o fim do ano em razão de cortes feitos pelo governo no orçamento. Este ano, as universidades já tiveram mais de R$ 400 milhões cortados em recursos discricionários, aqueles destinados ao pagamento de contas, como água e energia, segurança, manutenção da infraestrutura, além do pagamento de bolsas, auxílio estudantil, insumos e equipamentos. Isto é, tão necessário ao funcionamento das instituições quanto as despesas obrigatórias. 

 

O sucateamento deliberado sofrido pela educação pode levar 17 instituições federais de ensino superior a suspenderem suas atividades por falta de dinheiro para pagar contas básicas. É o que mostra levantamento do jornal O Globo, divulgado hoje, 1/08. 

 

Umas das atingidas é a UFS, que, para economizar, proibiu o uso de ar-condicionado em todo o campus. A UFAL não tem dinheiro para consertar o estrago causado pelas chuvas de maio. 

 

Segundo o Fórum de Pró-Reitores de Administração e Finanças e Planejamento, haverá novo corte de 12% para o projeto de lei orçamentário de 2023, o que penalizará ainda mais as instituições, que no próximo ano já acumularão as dívidas deste ano. 

 

Outra que já sente os efeitos do desmantelo do governo é a UFRJ, que informou que só consegue pagar as contas até setembro. “A expectativa é de que as empresas ainda prestem serviço no mês de outubro. Mas se nada acontecer em termos de recomposição orçamentária, em novembro e dezembro podemos ter que suspender contratos e interromper as atividades em toda universidade”. 

 

A UFPA disse que não há mais o que cortar. A Universidade de Alfenas precisará reduzir o número de bolsas acadêmicas, a compra de insumos para aulas práticas, obras em andamento e a quantidade de atendidos pela assistência estudantil. 

 

Os sucessivos cortes no orçamento do ensino superior castigam trabalhadores das universidades e alunos. A Universidade Federal de Lavras já demitiu quase 150 funcionários terceirizados. A Universidade de Brasília reduziu a compra de livros. Já a Universidade Federal da Grande Dourados, por falta de combustível, corre risco de interromper as aulas a comunidades indígenas e camponeses que estudam na modalidade de alternância e precisam se deslocar de suas localidades. 

 

Está claro que, mesmo as despesas mais básicas são fundamentais para que as instituições de ensino se mantenham abertas e funcionando com qualidade. Toda a sociedade sofrerá com o desinvestimento na educação. 

 

Com informações de O Globo

 

 

 

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