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Reajuste: governo insiste na falta de dinheiro, mas segue com orçamento secreto
Jair Bolsonaro (PL) insiste no congelamento salarial dos servidores federais. Em declarações recentes, o presidente disse não haver condições para reajuste, comparando o pleito do funcionalismo público a “um filho que o pai está desempregado pedindo uma bicicleta no Natal. Não tem. Por mais que ele mereça”.
Sem diálogo com as diversas categorias que compõem o funcionalismo, aventou um reajuste de 5% - muito abaixo das reivindicações dos trabalhadores. Depois, alterou sua promessa para um aumento no valor do auxílio-alimentação, também parte de sua estratégia para confundir e desmobilizar os servidores.
O capitão atribui a não recomposição aos problemas na economia. “Alguns se revoltaram comigo: ‘Ah, não vai dar reajuste esse ano’. Pô, vê como é que está a economia. Me aponta onde tem dinheiro que eu dou agora o recurso. A solução é fazer greve, estão preparando. Bem, não adianta botar a faca no meu pescoço, não tem”, afirmou.
Embora repita que não há dinheiro para a recomposição salarial dos servidores, o governo pagou, na semana passada R$ 1,8 bilhão em emendas de relator, o chamado “orçamento secreto”, esquema para beneficiar aliados. Outros R$ 7 bilhões ainda estão previstos para serem distribuídos até o fim desta semana, segundo técnicos envolvidos no trâmite orçamentário no Congresso Nacional.
No caso dos servidores do Judiciário, já foi comprovado que há espaço no orçamento próprio para o reajuste. O que não há, porém, é vontade política do STF em encaminhar um projeto do Congresso.