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Governos omissos levam a caos em Manaus

15/01/21 às 14:39 por Sindjuf/SE
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Do Sindjuf/SE

 

Amazonas beira o colapso. O número de casos e as mortes por covid-19 mais que dobraram da última semana de dezembro para a primeira de janeiro. De 27 de dezembro a 2 de janeiro, foram 5.930 casos registrados e 154 mortes. Na semana seguinte, de 3 a 9 de janeiro, esses números saltaram para 11.129 e 344, respectivamente.

 

Os hospitais estão lotados. Não tem mais vagas de UTI nos três maiores hospitais públicos. O contexto, que já era crítico, agravou-se ainda mais com a falta de oxigênio. A demanda pelo insumo aumentou cinco vezes nos últimos 15 dias e continua a crescer. Desesperados, médicos e familiares buscam cilindros por conta própria.

 

Embora a primeira onda também tenha sido devastadora e os profissionais de saúde tenham alertado sobre novo pico da doença, o governo do Amazonas não se preparou para a situação. No dia 2 de janeiro, o Tribunal de Justiça determinou a suspensão das atividades não essenciais por 15 dias. Também determinou que o governo fizesse pronunciamentos diários explicando medidas de contenção do vírus. O não cumprimento acarreta multa de R$ 50 mil por dia. A decisão está em análise no Comitê de Enfrentamento à Covid-19.

 

A população de Manaus vive um cenário de guerra. Há unidades de saúde que estão atendendo exclusivamente pacientes de covid-19 para evitar que outros enfermos se contaminem; salas adaptadas para internamento; mesmo assim, as equipes médicas não conseguem dar conta da demanda. Também não há vagas nos cemitérios, e corpos estão sendo armazenados em câmaras frigoríficas.

 

Órgãos públicos entraram com ações na Justiça contra a omissão do governo do Estado. Aí, o governo federal começou a se movimentar e, nesta sexta-feira, 15, enviou 386 cilindros de oxigênio, transportados por aviões das Forças Aéreas Brasileiras (FAB) de Guarulhos (SP) até Manaus. Apesar disso, na manhã de hoje, no Palácio da Alvorada, Bolsonaro voltou a defender o uso da hidroxicloroquina como forma de evitar que a doença evolua. E ainda cometeu o disparate de dizer que a situação poderia estar diferente, se as pessoas tivessem se tratado precocemente com o remédio.

 

A ineficiência dos governos tem levado a essa tragédia, com mortes e sofrimento. Mas a inexistência do Estado, com certeza, levaria-nos a uma barbárie sem precedentes.

 

 

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