Notícias

Em pleno recorde de desemprego, montadora fecha fábricas

12/01/21 às 16:00 por Sindjuf/SE
  • Compartilhar via Facebook
  • Compartilhar via Twitter
  • Compartilhar via Whatsapp
  • Compartilhar via Email

Do Sindjuf/SE

 

A Ford anunciou nesta segunda, 11, o fim da produção de veículos no Brasil. De supetão, sem aviso prévio, milhares de trabalhadores perderam seus empregos. Após 100 anos de atividades no país, a empresa desativa as fábricas de Camaçari (BA), Taubaté (SP) e Horizonte (CE).

 

Deixa assim, do dia para a noite, cinco mil trabalhadores e suas famílias à míngua e toda uma cadeia produtiva enfraquecida. E em meio à devastadora pandemia de covid-19, os funcionários da Ford se juntam aos mais de 14 milhões de brasileiros desempregados, e os impactos socioeconômicos serão arrasadores.

 

A instalação da montadora norte-americana contribuiu para o desenvolvimento das cidades onde operou, de seus entornos e de todo o país, gerou emprego e renda, movimentou a economia. Mas a empresa foi muito beneficiada. Foram muitas vatagens e isenções nos últimos vinte anos. Lucro incalculável para sua trajetória centenária.

 

Em sua justificativa, a Ford diz que “a persistente capacidade ociosa da indústria e a redução das vendas, resultando em anos de perdas significativas”, levaram à decisão. Há quem culpe a própria Ford por erros estratégicos que causaram o fim da produção aqui. Outros aproveitam para defender a urgência das pautas neoliberais, como a reforma administrativa.

 

Certamente, a falta de credibilidade do governo federal e a instabilidade política e econômica são razões bastante plausíveis. E mais uma vez, fica comprovado que reforma trabalhista e reforma da previdência fazem exatamente o contrário daquilo que pregavam seus defensores. Essa é a lógica do capital: quando não há mais o que se ganhar com a exploração alheia, é hora de ir explorar em outro lugar.

 

Sergipe

O fechamento das fábricas da Ford impactará muito além do que seus próprios funcionários. Em Sergipe, a empresa Yazaki, localizada em Nossa Senhora do Socorro, fabrica peças para a fábrica de Camaçari, correspondendo a 20% dos negócios. A empresa já cogita demissões.  

Clique na imagem para ampliar