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Para a Previdência, não tem dinheiro, mas para perdoar ruralista e gastar com publicidade, tem

15/04/19 às 18:51 por Sindjuf/SE
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Do Sindjuf/SE

 

De um lado, Bolsonaro ameaça e ataca, a todo momento, os direitos dos trabalhadores e da população mais pobre, sob a falsa justificativa de rombo nas contas públicas e necessidade de reduzir gastos. Esse mesmo pretexto de “rombo” é aplicado quando se fala em Previdência Social. O governo corre para aprovar a Reforma da Previdência, alegando impossibilidade de manter o sistema como é atualmente por falta de dinheiro.

 

Por outro lado, porém, Bolsonaro perdoa dívidas bilionárias, naquele velho jogo sujo do ‘toma lá, dá cá’. Agora é a vez de a bancada ruralista cobrar a recompensa do apoio dado ao presidente durante sua campanha. Pressionado, ele vai encaminhar ao Congresso proposta de anistia às dívidas previdenciárias que as empresas do agronegócio têm com o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural).

 

Já existe uma proposta, de autoria do deputado ruralista Jerônimo Goergen (PP-RS), que tramitou durante o governo de Michel Temer. O projeto 9.252/2017 propõe o perdão das dívidas do Funrural. Também no governo Temer, em 2017, tais dívidas foram renegociadas e parceladas, com generosos descontos. Insatisfeitos, os ruralistas exigem o perdão total.

 

Estima-se que o valor sonegado desse imposto chegue a R$ 17 bilhões. No entanto, a turma bolsonarista insiste em culpar o trabalhador e seus “privilégios” pela alarmada insustentabilidade do sistema previdenciário. Ser perdoado em bilhões, isso, sim, é privilégio. E, agora, com a vontade que esse governo tem em aprovar o fim da aposentadoria, a bancada ruralista tem uma forte moeda de troca.

 

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), inclusive, afirmou, publicamente, que Bolsonaro pediu que o projeto de anistia da dívida do Funrural siga em regime de urgência na Casa, isto é, que seja votado em 45 dias.

 

Mais dinheiro para publicidade

E não para por aí. Enquanto direitos, políticas sociais e investimentos em áreas cruciais são cortados, Bolsonaro libera a grana para a publicidade. Diferente do que afirmou em campanha, somente no primeiro trimestre do ano, o presidente aumentou os gastos com mídia positiva em 63% em relação ao mesmo período do ano passado. Já na comparação com o período de 2017, esse aumento é ainda mais gritante: 101%. O levantamento foi feito pelo Uol.

 

A verba destinada à publicidade se refere aos gastos com repasses a veículos de comunicação, contratação de pesquisas de opinião pública, comunicação digital e pagamento de agências de publicidade.

 

Vale citar que, na nova repartição do bolo publicitário, a Record, do bispo Edir Macedo, dono da Igreja Universal do Reino de Deus, ficou com a maior fatia: R$ 10,3 milhões. Depois, o SBT, com R$ 7,3 milhões; e a Globo, que antes abocanhava o maior pedaço, ficou com R$ 7, 07 milhões.

 

Mais uma vez, fica claro que esse governo não está interessado em acabar mamatas ou privilégios, mas com os direitos do povo e conquistas históricas imprescindíveis à justiça social.

 

 

Com informações do Brasil de Fato e do Uol 

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